Pegadas na areia
As sombras sempre caminham
deixando rastros que se apagam
realçando a paisagem negra
e toda sua sinistra beleza
sempre transbordando melancolia
e fugindo do nascer do novo dia
reluzentes montanhas e pedras
semeadas pelo luar das trevas
onde mares obscuros deságuam
como lágrimas que se lamentam
como pilares que não se sustentam
e sofrimentos que não se agüentam
o mar semeia
pegadas na areia
barcos que velejam sempre de volta
pecados, cobiça, prazeres e desejos
que levaram todos a ancorarem
em portos de profundos desesperos
o vento suspira espalhando areia
acompanhado do canto da sereia
que canta toda a sua agonia
de sempre ver apenas a noite fria
a beleza não é aquilo que atrai
mas o que faz pulsar o seu coração
o que motiva seus olhos a enxergarem
e remarem em calmas marés de solidão
Tiago Alves Pereira (8/4/01)
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