Catedral de mármore
ouço o tocar dos sinos sombrios
que ressoam no suave orvalho frio
as chamas dos lampiões se acendem
acalmando os suspiros que desaparecem
as portões se abrem para a procissão
comandada pelos magos da inquisição
a chuva fina não apaga as santas chamas
que faz a real justiça que Deus proclama
os sacerdotes se ajoelham nos celeiros
como chacais esperando os cordeiros
as presas se escondem da luz divina
que parece trevas misturada na brisa
em muros de mármore são julgados
e no santo fogo são condenados
batizados em rios de sangue
escondidos no muro gigante
que purifica a honra e a glória
dando aos iluminados a vitória
que bebe o cálice no altar divino
e semeia as terras férteis do abismo
empunhando a espada ao seu irmão
e purificando com o fogo sagrado
impondo o seu deus e sua religião
e mostrando o sangue de seu batizado
em muros de mármore são julgados
e no santo fogo são condenados
Tiago Alves Pereira (5/6/01)
Nenhum comentário:
Postar um comentário